Texto: Nathalia Novaes e Natália Morassi / Imagens: Pixabay e Natália Morassi
Não se sobrepondo, nem sendo meramente complementar. É de maneira paralela a arquitetura que a luz caminha, dando sentido visual àquilo que foi construído. Da mesma forma, o iluminador, como maestro da luz, é o grande responsável por evidenciar a beleza da criação arquitetônica diante de nossos olhos.
“A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz.” Le Corbusier
A luz exerce uma importante influência na saúde física e mental dos humanos, podendo trazer tanto sensações de bem estar e prazer, como sensações de desconforto. Além disso, ela é a grande responsável por trazer à tona tudo aquilo que é visivelmente percebido: formas, cores e texturas.
O profissional que tem como matéria-prima a luz e utiliza como técnica de sua aplicação a iluminação, é conhecido como iluminador ou lighting designer. Seu projeto tem como foco a luz e seus efeitos através do uso de fontes de luz natural e artificial, e o arquiteto de iluminação tem por responsabilidade o uso da criatividade, sensibilidade e técnica na aplicação ideal da iluminação nos espaços projetados. Ou seja, é o profissional que propõe soluções técnicas para o uso da luz com fim estético e funcional.
Em seu trabalho, o arquiteto da iluminação cria condições para a entrada de luz natural através de aberturas, uso de vidros e outros elementos e as combina com a aplicação de fontes luminosas artificiais, propondo a construção de uma atmosfera adequada ao conceito do projeto, ao gosto e cultura de quem utilizará o espaço e aos aspectos sustentáveis e viáveis energética e economicamente. Ou seja, é um profissional habilitado na compreensão do equilíbrio entre técnica e estética para o uso da iluminação, e utiliza em projeto seus conhecimentos sobre luz (temperatura de cor, lumens ou índice de reprodução de cor) atrelados às suas experiência sensoriais, à sua compreensão da relação humana com a luz e ao seu entendimento das exigências que um espaço arquitetônico traz.
Um bom profissional iluminador é capaz de entender o significado e influência que a luz exerce sobre a vida e as atividades humanas, e de levar em consideração os gostos, as necessidades e a cultura dos usuários a fim de, atrelado à cálculos e sua bagagem técnica, incorporar todos estes aspectos em um bom projeto de iluminação que produz um espaço que tem suas características realçadas pela luz e traz sensação de bem estar.
Além disso, o iluminador é capaz de propor soluções que não só criam a atmosfera necessária aos espaços, mas também equilibra os aspectos de visibilidade, segurança e custo. É ele quem avalia o que é tecnicamente possível em um projeto de iluminação.
“A estética tem o poder de transmitir uma mensagem para as pessoas, por isso falamos que toda iluminação tem um significado. Uma sombra pode parecer taciturna, o uso de cores diferentes cria efeitos impressionantes, a luz mais clara incentiva a concentração, e assim por diante. O lighting design (arquiteto da iluminação) abre o caminho para essas e outras possibilidades, tudo depende do que você quer que sua iluminação comunique.” (Adaptado do site pdled.com.br, 2020)¹
De modo geral, é importante compreender que para um obter um bom resultado de iluminação não basta apenas distribuir lâmpadas de forma aleatória pelo espaço, é necessário um planejamento que estabeleça requisitos de cada lâmpada de acordo com o tipo de ambiente, o conceito do projeto, os objetivos e a visibilidade que se pretende. Outro fator importante está relacionado às cores que são reveladas no espaço dependendo do tipo de iluminação utilizado.
O design de iluminação pode abordar dois campos, um com uso de luz natural e luz artificial, porém é fundamental haver equilíbrio entre eles através da compreensão da necessidade de cada projeto. O arquiteto da iluminação, em geral, recorre à luz natural e sabe trabalhá-la de maneira eficiente, harmoniosa e funcional, trazendo vitalidade aos espaços projetados. Já no campo da iluminação artificial, o profissional propõe soluções sustentáveis que visam a capacidade energética e a durabilidade das lâmpadas, chegando a uma boa equação de custo benefício e economia. É o exemplo das lâmpadas LED que podem, em um bom projeto, reduzir em até 90% o consumo de energia com iluminação e que embora no momento da compra apresentem um valor mais alto, tem a compensação do investimento ao longo dos anos, dada pela economia no consumo de energia e a menor manutenção do equipamento.
Por fim, a qualidade de um projeto de design de iluminação não baseia-se apenas em cálculos, técnica e fórmulas matemáticas. Tratando-se de uma disciplina criativa, é necessário ir além, abordar conceito, estética, sensibilidade sensorial e outros fatores emocionais impossíveis de serem condensados numa lista de padrões a seguir. Pesquisas apontam que 80% da informação absorvida pelos humanos é através da percepção visual. Nesse sentido, é fundamental poder contar com a experiência e o conhecimento específico que um bom profissional de design de iluminação pode oferecer.
Referências:
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Fonte: https://pdled.com.br/o-que-e-lighting-design/. Acessado em 15/03/2020.
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Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/iluminacao/o-que-e-lighting-design/
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Fonte: https://infomidi.com.br/noticia/9584/voce-sabe-o-que-e-um-lighting-designer
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RITTER, Joachim. O que faz um bom Lighting Designer? Revista Lume arquitetura. Disponível em: http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed14/ed_14_Opiniao.pdf
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http://diblioteca.com/quem-e-esse-tal-de-lighting-designer