Efeitos de Luz
TEXTO: NATHALIA NOVAES E NATÁLIA MORASSI / IMAGENS: PIXABAY, ERCO.
No último artigo publicado em nosso blog falamos sobre alguns cuidados que devem ser tomados na hora de escolher uma boa luminária ou lâmpada. Alguns aspectos foram levantados e um deles, bastante importante, foi o aspecto do efeito que a iluminação pode trazer aos espaços.
Existe, no mercado, uma grande variedade de lâmpadas e luminárias com design, tecnologias e cores diversas. Entre tantas opções, muitas pessoas fazem suas escolhas apenas por aspectos estéticos ou, na maioria das vezes, motivadas apenas pelo preço, visando um benefício imediato de economia e sem imaginar os prejuízos que uma escolha mal pensada pode trazer. Afinal, fatores importantes como consumo de energia e durabilidade não são tão satisfatórios em modelos de menor valor. Devido ao grande número de marcas e modelos disponíveis hoje, é comum que surjam dúvidas sobre qual é a melhor opção.
Além das recomendações citadas no artigo anterior (clique aqui se você ainda não leu), é importante entender os efeitos que cada lâmpada produz. Assim, antes de escolher qual lâmpada comprar, será possível decidir qual efeito quer criar ao iluminar um determinado elemento ou ambiente e aí sim, fazer uma compra assertiva!
Entendendo a distribuição de luz
Ao pensar em iluminação, o aspecto principal não é a aparência da luminária, mas sim a luz que ela produz e como essa luz se distribui pelo espaço. A qualidade dessa luz está diretamente ligada a qualidade do sistema de iluminação, ou seja, da luminária ou lâmpada. Mas por que a distribuição da luz é tão importante? Primeiro porque está relacionado à função primordial da luz, que trazer à tona tudo o que é perceptível aos olhos, tornar visíveis os elementos no espaço, iluminar. E em segundo lugar, porque é através das diferentes formas de distribuição da luz que temos diferentes sensações de reconhecimento e assimilação dos espaços. Afinal, como sempre citamos, nosso corpo e mente são diretamente influenciados pela luz.
Nesse sentido, para se obter um bom resultado com a iluminação, o primeiro passo é saber o objetivo da luz em determinado lugar: qual elemento quer destacar ou qual sentimento quer causar. Uma boa iluminação é aquela que valoriza a arquitetura, cria atmosferas, faz com que as pessoas se sintam bem nos ambientes. O sol, a lua e o fogo são as maiores referências de luz que temos em nosso inconsciente. Por 300 mil anos o ser humano viveu sem luz artificial, e somente a 140 anos possui e passou a dominar essa ferramenta que prolonga o dia. Por isso, é importantíssimo saber qual quantidade de luz usar e como distribuí-la em cada situação. Para essa compreensão, a melhor referência é a natureza!
Em ambientes de confraternização, uma luz quente, distribuída de forma indireta, fica bem adequada, pois remete à luz da fogueira, onde os homens se reuniam no final do dia de caça. Esse tipo de iluminação gera uma atmosfera mais intimista e por isso, traz sensação de conforto.
Já em ocasiões de atividades que exigem mais concentração e foco, uma luz mais branca, posicionada para se distribuir e iluminar de cima para baixo, como a luz do meio dia, é mais apropriada. A relação psicológica com a luz natural funciona da mesma forma com a iluminação artificial. Assim, exatamente como à luz do meio dia nosso organismo está em plena atividade física e mental, diante de uma luz similar artificial, ele tende a se comportar igualmente.
Quando a intenção é causar sentimentos de mistério e surpresa ou atrair a atenção para um determinado elemento, a luz focal direcionável e uma distribuição com muitos contrastes (entre claros e escuros), é a melhor escolha. Funciona como um facho de luz dentro da selva que passando através das folhas cria uma atmosfera misteriosa. Esse tipo de iluminação é muito utilizado nas artes cênicas e em alguns tipos de lojas para destaque de produtos.
Os diferentes tipos de efeitos
Ao compreender as técnicas de distribuição de luz e analisar o espaço que será projetado, assim como as interferências do entorno, as pessoas que ocuparão e suas necessidades, é possível criar um conceito de arquitetura e interiores mais assertivo. Assim, usufruindo das tecnologias de iluminação existentes e das diversas opções de luminárias, pode-se criar efeitos mais adequados ao conceito desejado. Os efeitos mais comuns e mais usados na arquitetura são destacados a seguir.
- Iluminação wallwasher (“lava parede”)
Luz de cima para baixo ou de baixo para cima, distribuída de maneira uniforme em uma superfície vertical. Aqui temos a mesma intensidade luminosa em toda a extensão dessa superfície.
- Iluminação difusa
Luz distribuída de maneira uniforme por todo o ambiente, sem contrastes entre claro e escuro muito definidos.
- Iluminação focal direcionável
Luz mais intensa concentrada em determinada área, com possibilidade de movimentação/orientação do facho. Aqui os contrastes entre os claros e escuros ficam mais definidos.
- Iluminação focal fixa
Luz mais intensa concentrada em determinada área, sem possibilidade de movimentação/orientação do facho, geralmente direcionada para baixo.
- Uplight
Luz com facho marcado, direcionada de baixo para cima iluminando planos verticais, geralmente embutidas no piso e muito utilizadas em iluminação de fachadas e jardins.
- Downlight
Luz com facho marcado, direcionada de cima para baixo iluminando planos verticais, geralmente embutidas no forro.
- Balizamento
Luz pontual, geralmente distribuídas de forma alinhada, criando percursos, para dar direção ou sinalização de limites de tráfego.
- Arandelas
Luz pontual posicionada em paredes, geralmente utilizadas como iluminação de apoio
Os efeitos de luz citados são possíveis de serem obtidos com alguns tipos de luminárias, de acordo com o tipo de facho e distribuição delas. Abaixo estão listados alguns exemplos:
Referências:
- Estudos Natalia Morassi, em cursos e conteúdos especializados.
Imagens:
Efeitos de Luz, Erco.
- Imagens diversas, Pixabay.