Dimerização: O volume da luz
TEXTO: NATHALIA NOVAES E NATÁLIA MORASSI / IMAGEM: PIXABAY
Imagine uma música tocando em um volume alto sem possibilidade de alteração, incômodo não? Pois é, o mesmo pode acontecer com a luz. Embora essencial no dia a dia, a quantidade de luz ou “volume de luz” excessivos em algumas ocasiões pode ser inadequada e incômoda. Para solucionar esta questão existe a dimerização que, em iluminação, diferente do simples acionamento ON/OFF, regula a intensidade luminosa da lâmpada ou luminária (possibilita acendê-la suavemente até atingir a luminosidade máxima).
Mas por que dimerizar?
Simplesmente a dimerização possibilita uma iluminação mais flexível numa única luminária. Além disso possibilita o controle mais apurado da luz e com isso traz diversos benefícios, tais como:
- Estética: permite a criação de diferentes cenas num mesmo ambiente, diferentes jogos de luz e sombra e interessantes tonalidades de cores. Por isso, pode acentuar a arquitetura e decoração do espaço além de transforma-lás sem sequer alterar qualquer item da decoração;
- Versatilidade: permite o ajuste flexível para cada ocasião e necessidade dos ambientes, o que torna-os muito mais úteis (por exemplo numa sala de reunião que em certo momento é necessária uma luz mais intensa para foco e em outro momento uma luz menos intensa para não ofuscar uma apresentação em projeção ou também numa ocasião em casa quando uma criança tem medo de escuro ou um idoso precisa de uma luz à noite para se locomover). Permite também a adequação as diferentes horas do dia em que há maior ou menor incidência de luz natural;
- Comodidade: melhor experiência dos usuários, maior conforto visual;
- Economia: aumenta a vida útil do sistema de iluminação (lâmpadas, LEDs, drivers) e reduz o consumo de energia elétrica;
- Conveniência: pode ser conectada à rede da casa e integrada com sistemas de segurança, cortinas e persianas, ar condicionado e áudio e vídeo.
Quais os tipos de dimerização?
- Dimerização via sinal de controle analógico: consiste em um sistema com dimmer de parede mais simples. É necessário um dimmer para cada grupo de luminárias a serem acionadas.
- Dimerização via sinal de controle digital: é necessário um sistema de automação compatível com os dimmers instalados e o controle é feito via central eletrônica ou tablet.
Lâmpada x Dimmer: Qual e quando usar?
Cada tipo de lâmpada/luminária possui características individuais e por isso utiliza um tipo específico de dimerização. É importante usar um dimmer que seja projetado para o seu tipo de fonte de iluminação e tipo de carga específicos.
- Lâmpadas Incandescentes e halógenas. A ligação é direta na rede (tensão 110v ou 220v), carga resistiva;
- Lâmpadas halógenas 12 V ou 24V (bipinos, mini dicróica, etc) operam em 12 ou 24V, sendo necessário um equipamento que reduz a tensão que chega na luminária. A ligação pode ser através de um transformador magnético (carga indutiva, sistema analógico) ou através de um transformador eletrônico digital (carga capacitiva, sistema digital);
- Fluorescentes precisam de equipamento auxiliar para seu funcionamento, os reatores eletrônicos. As características dos reatores eletrônicos podem ser sinal de controle ou potência do dimmer. Normalmente, no Brasil, utilizamos os reatores dimerizáveis baseados em sinal analógico ou digital;
- Leds também necessitam de um equipamento auxiliar para seu funcionamento, os drivers, que podem ser de diversos “tipos” (protocolos), como protocolo Triac, DMX, 0-10v ou Dali. Para o correto funcionamento do sistema, o protocolo do driver precisa ser o mesmo do dimmer/sistema de automação. Por isso, no caso dos Leds recomendamos sempre questionar o vendedor e se possível, antes da compra, testar o dimmer que pretende usar para conferir a compatibilidade com o driver da luminária.
Além da análise do tipo de lâmpada, a escolha do dimmer correto depende da identificação de outros itens, como:
- Quantidade de zonas de acionamento no projeto/ambiente, ou seja, qual conjunto de luminárias acenderão juntas;
- Tensão da obra (110V ou 220V);
- Potência (W) da zona, ou seja, soma da potência do conjunto de luminárias da zona que será atendida pelo dimmer;
- Tipo de acionamento: se é apenas um ponto ou se há paralelo (quando há dois pontos que comandam o mesmo conjunto de luminárias).
Os dimmers são classificados de acordo com a carga, e por isso, fazer a escolha certa é crucial para assegurar uma instalação adequada e um desempenho correto do sistema.
Referências:
- Acervo próprio, baseado em estudos da Arq. Natalia Morassi, em cursos e conteúdos especializados.
Imagens:
- Imagem capa, Pixabay.